quarta-feira, 25 de maio de 2011

UM DIA EU “DESCOBRI” QUE ERA GAY

“Descoberta” entre parênteses porque ela não existe. Sim, todos nascemos gays. Aquela conversa de que fulano “virou gay” ou de que fulano é um “ex-gay” é mesmo conversa para boi dormir. Casos assim são tão controversos e difíceis de comprovação que não tem como ter um consenso sobre isso. Há aquela forte teoria da psicologia do 50% genética, 50% educação... Já pensou se descobrissem o gene gay? Peraí, esse parâmetro: 50% DNA, 50% genética é pra personalidade e não sexualidade. Erro meu. Não há mesmo consenso.

            O que eu quero dizer, na verdade, é que não existe um momento mágico na adolescência onde todo ser humano pára para escolher sua preferência entre “bucetinha” ou “pau”. Simplesmente acontece. Se bem que, na real, preferência sexual está mais para transar com luz fluorescente ou à luz de velas do que gostar de bucetinha ou pau! Fingir o oposto exige uma atuação digna do Oscar com direito a fotenha com Martin Scorcese e Spielberg a tiracolo para o Orkut, Facebook, Twitter, Rabbo, Quepasa, My Space e/ou afins. Falar em “pau” e “bucetinha” é até mesmo muito simplista. Com os travestis, transexuais e bissexuais, não se fala mais em gênero: ELE ou ELA, mas em IDENTIDADE SEXUAL. Sua identidade sexual é o que você é na sua intimidade, na sua expressão sexual.

            Dizem que um gay reconhece outro gay, mas a verdade mesmo é que todo gay acha que o mundo é gay. Então, isso não ajuda muito a esclarecer as coisas. Mas ajudaria muito se as pessoas se auto-esclarecessem um pouco mais. O cara se masturba imaginando sendo comido por vários homens ou comendo vários homens, ou os dois e, depois, ainda tem a coragem de se perguntar se é gay? Ah, vá se fuder, seu viado! E isso não é ofensa não, é uma dica!

            Então eu NÃO descobri que sou gay. Digamos que eu adorava brincar de troca-troca com meus amiguinhos e odiava de morte brincar de médico com a Carolaine do 212. Acontece que os outros continuaram brincando de médico com outras garotas e cresceram. Eu continuei brincando de troca-troca e cresci. Troca-troca? Pois é, eu sou o que chamam de “versátil”, o viado que dá é o mesmo que come.

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